segunda-feira, 9 de novembro de 2009

1ª REV. INDUSTRIAL (séc. XVIII – final séc. XIX)

· - Pioneirismo Inglês
o Rev. Gloriosa – burguesa 1688
o Reserva de minerais (ferro/carvão)
o Mão-de-obra disponível (cercamento dos campos -“Enclosure Acts”) – ex-artesãos
· - Perda dos Meios de Produção / Controle do Tempo
o Artesãos = Funcionários
· Estado Liberal / Livre Concorrência
· Indústria Têxtil, Naval, Carbonífera
· Principais países: Inglaterra, França e Alemanha

Com o grande aumento da produção ocorre uma grande “corrida” atrás de mercados consumidores. Os países industrializados vão enxergar no continente Africano e Asiático grandes mercados dando início ao processo denominado NEOCOLONIALISMO ou Expansão Imperialista.
Em meio aos conflitos causados pela busca de mercados entre os países da Europa, outras forças emergem enquanto potências industriais, são elas: EUA e Japão.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com forte retração de consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos por sua vez, lucraram com a exportação de alimentos e produtos industrializados aos países aliados no período pós-guerra. Como resultado disso, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu de forma estupenda. A prosperidade econômica gerou o chamado "american way of life" (modo de vida americano). Havia emprego, os preços caíam, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento de mercadorias. Porém, a economia européia posteriormente se reestabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a demanda; consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa em 24 de outubro de 1929.





2ª REV. INDUSTRIAL (fim séc. XIX – segunda metade séc. XX)

· Novas Fontes energéticas:
o Petróleo
o Eletricidade
· Matéria-prima: Aço (siderurgia)
· Modelos Produtivos:
o Taylorismo - 1911 pelo engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor
§ Fracionamento do processo produtivo
§ Divisão do Trabalho – manual e intelectual
§ Especialização do Trabalhador
§ Controle do Tempo
o Fordismo – Henry Ford
§ Linha de Montagem
§ Produção em massa
§ Padronização da Produção
§ Grandes Estoques
· Estado do bem-estar social – Keynesianismo (John Maynard Keynes)
· Capitalismo Monopolista
o Trustes: Controle de todas as etapas da produção
o Cartel: Acordo entre empresas estabelecendo um preço comum
· Associação do capital bancário e industrial
o Abertura de capitais através da venda de ações na bolsa de valores
· Desconcentração industrial
o Transferência das indústrias para países latinos e asiáticos

Na década de 70, com o choque do petróleo, a estagnação do consumo (produtos de alta durabilidade), expansão do movimento hippie, colocaram o modelo fordista de produção em massa em cheque.

3ª REV. INDUSTRIAL (segunda metade séc. XX)

· Incremento da Informática, robótica, telecomunicações, biotecnologia
· Fontes de energia alternativas
o Solar
o Eólica
o Biomassa
o Nuclear
· Mão de obra altamente qualificada
· Estado Neoliberal
· Modelo Produtivo
o Toyotismo ou Pós-Fordismo – década de 50, engenheiro japonês Enji Toyoda
§ Produção por demanda
§ Mão de Obra multifuncional
§ Produtos Personalizados

Após o desenvolvimento do Fordismo nos Estados Unidos, na primeira metade do século XX, o Japão se encontrou em um cenário totalmente desfavorável à implementação desse sistema de produção. O Fordismo tinha como característica principal, a produção em massa, sendo necessários enormes investimentos e uma grande quantidade de mão-de-obra.
Ora, o Japão tinha um pequeno mercado consumidor. Além disso, o país não possui uma grande quantidade de matérias-prima, inviabilizando assim, o princípio fordista da produção em massa.

· Desconcentração espacial
· Integração de Universidades com centros de pesquisa (tecnopólos)

6- Migrações



Viajamos para trabalhar, para estudar, para visitar parentes, realizar negócios ou simplesmente para passear ou fazer turismo. Viajamos para alcançar outra região, outro lugar, outro país.
Muitas vezes, os contatos e as informações decorrentes das viagens podem ser importantes para motivar a decisão, individual ou coletiva, de mudança. Neste caso, ocorre o ato de migrar. Assim, não é a viagem que caracteriza a migração, mas a fixação de residência em outro lugar.
Os homens primitivos migravam em busca de alimentos e de abrigo. Deslocavam-se acompanhando o curso das águas e o movimento da caça. Depois, começaram a plantar e a criar animais. Por isso, alguns grupos foram se fixando. A sedentarização ocorreu desde 10.000 a.C., no período mesolítico, rompendo com o nomadismo dos povos coletores e caçadores. Mas estes homens não deixaram de se movimentar à procura de novas áreas para seu rebanhos ou de solos mais férteis para plantar.
Não apenas os homens primitivos foram migrantes. Ao longo da historia, os grupos humanos sempre tiveram a propensão de acreditar que adiante haveria algo melhor. Portanto, migrou-se para fugir de situações de crise de diversos tipos: da miséria, de perseguições religiosas, políticas, étnicas. Migrou-se, também, para buscar conhecimento, riquezas ou aventuras.
(extraído de Imigrantes no Brasil: colonos e povoadores)


Conceitos

- Migração: movimento de pessoas, grupos ou povos de um lugar para outro. Se optarmos por uma definição de dicionário, verificaremos que migrar é mudar, passar de uma região a outra, de um país para outro.A migração é um fenômeno antigo e que se repete, com variada freqüência e intensidade, ao longo da história. Os grandes movimentos migratórios ocorridos em outras épocas tiveram sua causa nas invasões, conquistas, êxodos, mudanças sazonais, fome, superpopulação de determinadas regiões, entre outras.

- Imigração: movimento de pessoas ou de grupos humanos, provenientes de outras áreas, que entram em determinado país, com o intuito de permanecer definitivamente ou por período de tempo relativamente longo. Literalmente, imigrar significa entrar num país estrangeiro para nele se instalar.

- Emigração: movimento de saída de pessoas ou grupos humanos de uma região, de um país, para estabelecer-se em outro, em caráter definitivo ou por período de tempo relativamente longo. Emigrar significa, pois, deixar um país para ir estabelecer-se em outro.


Fluxo migratório

Quando se estuda os processos de migração observa-se sempre a saída de algum lugar, região, país e a chegada e instalação em outro local. Há diferenciados tipos de movimentos populacionais: os voluntários: quando o movimento é livre; o forçado: como nos casos de escravidão e perseguições religiosas, étnicas ou políticas; e o controlado: quando o estado controla numericamente ou ideologicamente a entrada ou saída de migrantes.
Qualquer deslocamento populacional traz conseqüências demográficas (o numero de habitantes aumenta nas áreas de atração e diminui nas áreas de repulsão) e culturais (língua, religião, culinária, arquitetura, artes, costumes gerais).

Causas para emigração

REPULSIVOS
- Perseguições religiosas, políticas, étnicas;
- Desempregos;
- Crises econômicas;
- Miséria;
- Desigualdade social
- Serviços públicos deficitários (segurança, educação, saúde, etc.)
ATRATIVOS
- Oportunidade de trabalho
- Estrutura pública eficiente
- Possibilidade de formação de poupança em moeda forte
- Redes de apoio
- Liberdade religiosa


Conseqüências da imigração

- Aumento demográfico
- Movimentos xenofóbicos ( Xenofobia = sentimento de aversão a estrangeiros )
- Desenraizamento do imigrante
- Exploração da mão de obra ilegal
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POLÍCIA ESPANHOLA DESARTICULA REDE DE EXPLORAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA BRASILEIRA
Oviedo (Espanha), 3 ago (EFE).- A Polícia Nacional espanhola desarticulou em Astúrias, no norte da Espanha, uma rede de imigração ilegal dedicada à introdução e exploração da mão-de-obra de estrangeiros, principalmente brasileiros, no setor da construção através de entidades mercantis que operavam na Espanha e em Portugal.
Fontes policiais informaram hoje que estas sociedades tinham conseguido falsificar documentos e facilitar a entrada aos imigrantes, além de seu posterior emprego em empresas da construção.
Em Astúrias, um casal formado por um cidadão espanhol e uma cidadã brasileira tinha constituído duas sociedades mercantis, a primeira delas na Espanha e a segunda em Portugal, para realizar trabalhos e atividades relacionadas à construção.
A rede captava cidadãos brasileiros em seu país de origem sob a falsa promessa de um emprego digno e legal na Espanha, após pagaram uma alta quantia.
Estes operários não tinham vistos de residência e de trabalho na Espanha ou em Portugal e, uma vez em solo espanhol, eram desviados para trabalhar em diferentes obras de construção nas Astúrias, através de diferentes subcontratos, um deles com uma grande empresa da construção da região.
A operação policial terminou com a detenção de E.G.P., de 41 anos e nascido em Mieres (nas Astúrias), e C.C.D.S., de 32 anos e nascida no Brasil, que ficaram em liberdade com acusações. EFE
Fonte: G1 - 03/08/2007
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Migração de cérebros

A fuga de cérebros (“brain drain”) é um tipo específico de movimento migratório, é a emigração de
pessoas altamente qualificadas, que saem de seus países, principalmente em desenvolvimento, indo assim, para países desenvolvidos.
Ocorre em virtude de diferenças econômicas e sociais entre as localidades fornecedoras e receptoras de pessoas, tal qual diferentes níveis salariais, de maneira semelhante a outros processos migratórios.
O caso da Índia
A Índia é talvez o exemplo automático de um país com grande participação na emigração de cérebros. O estudo, no entanto, faz uma ponderação interessante sobre o país. A quantidade de indianos qualificados vivendo na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é grande em escala --1 milhão--, mas pequena se comparada ao estoque de pessoas nascidas na Índia que possuem diploma universitário. Desse montante total, apenas 4,3% estão no exterior, o que inclui a nação asiática na lista dos países com mais baixas taxas de emigração. Ou seja, a Índia (como também o Brasil, que possui taxa de emigração de apenas 2,2% nesse estrato) ainda consegue manter no país mais de 90% de seus trabalhadores qualificados. É claro que o estudo é incapaz de medir o impacto qualitativo dessa migração. Supõe-se que, dentre os que têm diploma superior em um país como a Índia, haja uma preferência das nações ricas de importar os mais geniais.
O principal destino dessas pessoas era os Estados Unidos – entre outubro de 1999 e fevereiro de 2000, o Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA registrou a entrada de 34 mil indianos.



MIGRAÇÕES NO BRASIL

No Brasil, os movimentos migratórios sempre foram muito intensos, as primeiras migrações podem ser consideradas as feitas pelos europeus, e negros africanos que foram forçados a virem para cá. De lá para os dias de hoje tivemos muitas migrações de importância fundamental para o país, como exemplo a dos migrantes italianos no século XlX, assim como de espanhóis, eslavos, japoneses, árabes, portugueses, dentre outros.
O fundamental nesse processo, além da contribuição dada ao país por esses cidadãos, é o fato do enriquecimento cultural, com a grande variação étnico-cultural com a qual o país passou a conviver. Mas, em alguns casos, formaram-se os chamados "quistos culturais", ou seja, comunidades que preservam seus hábitos costumes e língua, sem se integrarem de forma plena a cultura nacional.
Até meados do século XX, o Brasil era um país típico de imigração, a partir da 2ª Guerra Mundial, passa a haver uma inversão nos fluxos, de imigratório o país torna-se de emigração. Hoje são milhões os brasileiros que vivem fora, principalmente em países como os EUA, Japão, Paraguai, etc. Os principais motivos que contribuem com isso são de ordem sócio econômica, ou seja, a imensa maioria dos brasileiros que daqui saem vão em busca de melhores condições de vida, emprego, salários, etc.; acontece que na maioria das vezes não são bem recebidos onde chegam, e passam a ocupar em geral os postos de trabalho relegados pelas populações dos países para onde imigraram.
As migrações internas também sempre foram muito intensas, como exemplo a de habitantes do Nordeste que migraram em massa para o Centro-sul do Brasil com o declínio da cana de açúcar e o desenvolvimento da mineração, ou a de nordestinos que migraram para a Amazônia no chamado "Boom da borracha" no final do século XlX.
Com a industrialização nas décadas de 60 e 70, passamos a viver de forma mais intensa migrações internas no território nacional, como a de nordestinos em direção das grandes metrópoles brasileiras, Rio e S. Paulo, e o intenso êxodo rural, que fez o Brasil se tornar um país predominantemente urbano em um espaço de menos de 30 anos.
Na década de 70 os fluxos migratórios se direcionaram para a Amazônia, fruto da política de ocupação do território nacional imposta pelos militares, chamada "integrar para não entregar".
Atualmente, as antigas metrópoles industriais não são mais os locais preferidos por migrantes, por conta do processo de desconcentração industrial, novas áreas do país passam a ser pólo de atração desses cidadãos, como o interior de S. Paulo, do Paraná, etc. As migrações continuam a ser muito comuns no Brasil, tanto do campo para a cidade, assim como as urbano-urbano.
São comuns também nas grandes metrópoles brasileiras, as migrações pendulares, assim como a migração sazonal em regiões como o Nordeste.


Períodos das migrações:

1º período (1806/1850)

- Pequeno fluxo migratório
- causas: Revoltas regenciais (repulsivos), revoluções do século XIX na Europa.


2º período (1850/ 1930-50)

- Grande fluxo imigratório
- Causas: Estímulos do governo brasileiro (atrativo), guerras e unificações Européias.

3º período

- Grande fluxo emigratório
- Causas: Crises econômicas prolongadas no Brasil (repulsivo), busca por melhor qualidade de vida (atrativo).


Migrações internas

1º período (1880-1912)

- Ciclo da borracha ( região norte um grande pólo atrativos )
- Grande deslocamento da população nordestina

2º período (1950/60)

- Região sudeste (processo de indutrialização)
- Região centro-oeste - Brasília (JK – Construção de Brasília )

3º período (60/70)

- Região sudeste ( milagre econômico )
- Região centro-oeste e norte ( PIN – Programa de integração nacional realizado durante o governo militar, colonização dirigida buscando o povoamento e a integração dessas regiões )

4º período (80)

- Década perdida
- Região centro-oeste e norte com a expansão da fronteira agrícola.

5º período (90)

- Pequenas e médias cidades ( processo de Desmetropolização )


ALGUNS TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS
Dentre as migrações internas temos os seguintes movimentos:

Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. Esse tipo de migração em geral tende a ser definitivo. As principais causas dele são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura.
O êxodo rural está diretamente ligado ao processo de Urbanização.

Êxodo urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum.

Migração urbano-urbano: tipo de migração, que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum nos dias atuais.

Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É uma migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano, é a chamada transumância. É o que acontece por exemplo com os sertanejos do Nordeste brasileiro.

Migração diária ou pendular: tipo de migração característico de grandes cidades, no qual milhões de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa em direção do seu trabalho, e retornam no final do dia. Os momentos de maior aglomeração de pessoas são chamados de rush Isso se dá em virtude da periferização dos trabalhadores que muitas vezes moram a vários quilômetros de distância de seu trabalho, em alguns casos até mesmo em outras cidades que passam a ser chamadas de cidades dormitório. Nesse tipo de migração está incluído o commuting, movimentação diária de pessoas que moram em um país e trabalham ou vão buscar serviços em outro, os chamados transfronteiriços ou commuters.


Brasileiros no Exterior

A população de brasileiros no exterior é estimada em 2 milhões de pessoas, correspondendo a mais de 1% dos que vivem no Brasil. O país que tem maior número de brasileiros são os Estados Unidos (cerca de 750 mil pessoas); depois o Paraguai (350 mil); o Japão (250 mil); Portugal (65 mil); Itália (65 mil); Suíça (45 mil); Reino Unido (30 mil). Cerca de outros 500 mil brasileiros estão espalhados pela Europa e por países em todos os continentes. (Fonte: Revisão 2004 da projeção da população brasileira, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Paraguai.
A migração maciça para o Paraguai ocorreu principalmente entre 1975 e 1979: "As promessas de terras férteis e baratas no Paraguai e as mudanças ocorridas na agricultura brasileira, sobretudo com a implementação de uma política agrícola de modernização, que privilegiou a média e grande propriedade, provocando a desestruturação da pequena propriedade, explicam o êxodo de milhares de camponeses sem terra ou com pouca terra para o Paraguai."2 A maioria dos brasileiros que residem no Paraguai estão na condição de ilegalidade. Chamados de "brasiguaios", estão permanentemente sujeitos à perseguição policial e ao pagamento de inúmeras taxas para obter documentos de validade sempre provisória. No trabalho mencionado acima, em que a autora apresenta depoimentos de "brasiguaios" em um dos capítulos do livro, nota-se que o desejo de retorno ao Brasil está presente na maioria dos migrantes.
As dificuldades e a insegurança dos brasileiros que vivem no Paraguai continuam e geram freqüentemente novos fatos políticos. O atual governo do Paraguai impulsiona uma proposta de reforma agrária que teria como maiores prejudicados os colonos brasileiros, segundo noticiou recentemente a imprensa no Brasil.3 Segundo a matéria do Correio Braziliense, os brasiguaios (que representam 8% da população do Paraguai) detêm 1,3 milhões de hectares produtivos em território paraguaio, produzindo especialmente soja e carne.
Estados Unidos
A permanência de brasileiros nos Estados Unidos como migrantes é um fenômeno recente, iniciado em meados da década de 1980, e "está apenas na primeira geração de imigrantes"4, a maioria dos quais em situação de ilegalidade, ocupando empregos que exigem menor qualificação técnica (limpeza doméstica, trabalhos em bares e restaurantes).
Inicialmente a migração de brasileiros para os Estados Unidos era vista como uma empreitada temporária com o objetivo de juntar dinheiro para investir no Brasil (em moradia ou em um negócio próprio). Na passagem da década de 1980 para a década de 1990, começou a ocorrer o retorno ao Brasil e a volta aos Estados Unidos já com outra percepção do objetivo da imigração, passando os brasileiros a planejar ficar no país de destino tendo em vista a falta de perspectivas de trabalho aqui. Segundo Salles, "vários sinais começam a apontar para essa redefinição da expectativa temporal do grupo imigrante brasileiro: arrefecimento das remessas para o Brasil; investimentos em compra de imóveis nos Estados Unidos; pagamento das taxas e impostos visando a diferentes passos no processo de legalização naquele país; solidificação dos laços familiares lá e planejamento do nascimento de filhos também lá, para fazer jus à legislação norte-americana baseada no jus solis, segundo o qual a nacionalidade norte-americana é automaticamente assegurada aos filhos de seu solo"
Japão
É também da década de 1980 que tem início a migração de brasileiros descendentes de japoneses para o Japão, "para trabalhar como mão-de-obra barata e não qualificada, sendo chamados de dekasseguis"5, que significa trabalhar fora de casa. Em princípio, os brasileiros migravam para fazer trabalhos temporários, com o objetivo de juntar dinheiro e voltar para o Brasil. Em sua maioria, viajam para executar trabalhos de baixa qualificação, chamados pelos japoneses como "3K" — kitanai (sujo), kikem (perigoso) e kitsui (penoso)". Conforme mostra Sasaki, "desde 1990, os brasileiros representam o terceiro maior contingente de nacionalidade estrangeira presente no Japão", perdendo apenas para coreanos e chineses. Diante do crescimento do número de trabalhadores ilegais no país, o governo japonês adotou uma política migratória mais restritiva em 1990 e os ilegais foram sendo substituídos gradualmente pelos descendentes de japoneses provenientes da América do Sul. Portanto, os brasileiros no Japão têm um acesso facilitado aquele país, "dada sua consangüinidade, a possibilidade de exercer atividades no Japão sem restrições, de renovar o visto quantas vezes quiser e de vir a ser um residente permanente" Portanto, diferente da maioria das colônias de brasileiros em outros países, os descendentes de japoneses usufruem da condição de legalidade em sua permanência no Japão.
A partir de meados da década de 1990, "o caráter temporário que se tinha no início do movimento dekassegui passou a ser cada vez menos claro", verificando-se o aumento do tempo de permanência no Japão.
















5- Teorias demográficas

Malthusiana

A teoria criada por Tomas Robert Malthus (1766-1834), economista e demógrafo inglês, e que ganhou o nome de “Malthusianismo” foi a primeira teoria demográfica da história.
Durante os séculos XVIII e XIX houve um acentuado crescimento demográfico devido à consolidação do capitalismo e à Revolução Industrial que proporcionou a elevação da produção de alimentos nos países em processo de industrialização e a população que migrava do campo encontrava na cidade uma situação socioeconômica e sanitária muito melhor. Assim, a mortalidade se reduziu e os índices de crescimento populacional se elevaram provocando discussões que culminariam em diversas teorias sobre o crescimento populacional, destacando-se o malthusianismo.
Malthus acreditava que o crescimento demográfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da terra gerando fome e miséria. Malthus se baseou na idéia de que caso a população não seja detida por obstáculos (guerras, epidemias, etc.), ela tende a crescer segundo uma progressão geométrica. Enquanto os meios de subsistência, de produção alimentar só podem aumentar segundo uma progressão aritmética.
Segundo Malthus, as únicas formas de evitar que isso acontecesse seria reduzindo a taxa de natalidade através da proibição de que casais muito jovens tivessem filhos, abstinência sexual, do controle da quantidade de filhos por família nos países pobres, do aumento do preço dos alimentos e da redução dos salários para forçar as populações mais pobres a ter menos filhos.
A idéia demográfica malthusiana foi superada, considerada inadequada. Veja as principais críticas a teoria malthusiana:

- O aumento populacional não apresenta sempre índices tão altos de crescimento como os da época de Malthus; em geral, tais índices diminuem à medida que aumenta o nível de vida da população. Outros fatores como entrada da mulher no mercado de trabalho, planejamento familiar, o maior acesso a contraceptivos, a mudança na postura da mulher, também influem para a queda populacional, e não foram levados em consideração em sua teoria.

- Malthus não levou em conta o progresso técnico que atingiu o setor agropecuário, assim uma houve um grande salto de produtividade. Uma área que produz hoje X de gêneros agrícolas, com o processo de modernização do campo pode vir a produzir X2 ou X3.

- Malthus e seus seguidores só viam esse contingente demográfico como um empecilho, como bocas a serem sustentadas, não viam a importância dessa população como mão-de-obra potencial para Revolução Industrial.


Neomalthusianos

Após a segunda guerra mundial, as preocupações com o “excesso de gente” no planeta renascem, através dos Neomalthusianos (neo= novo), que defendem uma política de controle de natalidade, sobretudo em países subdesenvolvidos.
Esse período foi marcado pelo surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e por grandes conquistas na área da saúde, como a produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças. Tais conquistas se difundiram pelos países subdesenvolvidos graças à atuação de entidades internacionais de ajuda e cooperação, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Cruz Vermelha Internacional. Além disso, com o processo de expansão de empresas multinacionais grandes laboratórios farmacêuticos se instalaram nos países subdesenvolvidos que se industrializavam. Os remédios se tornaram mais acessíveis e baratos.
Esse processo denominado revolução médico-sanitária, incluiu também a ampliação dos serviços médicos, as campanhas de vacinação, a implantação de postos de saúde pública em zonas urbanas e rurais e a ampliação das condições de higiene social. Todos esses fatores permitiram uma acentuada redução nas taxas de mortalidade, principalmente a infantil, que até então eram muito elevadas nos países subdesenvolvidos. A diminuição da mortalidade e a manutenção das altas taxas de natalidade resultaram num grande crescimento populacional, que atingiu seu apogeu na década de 1960 e ficou conhecido como explosão demográfica.
Os Neomalthusianos baseavam-se em dois argumentos:
- Um rápido crescimento populacional seria um obstáculo ao desenvolvimento econômico, levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. Enfim, ao caos social. Elevadas taxas de natalidade faz com que gastos improdutivos diminuam a renda nacional e por isso o país não desenvolve, assim sendo, quanto maior a população maior o subdesenvolvimento.
- Existem áreas superpovoadas nas quais os problemas de fome, miséria e pobreza estariam diretamente ligadas às elevadas taxas de natalidade.

Para evitar o risco e combater o subdesenvolvimento, os neomalthusianos propunham a adoção de políticas de controle de natalidade, que se popularizaram com a denominação de “planejamento familiar”
As críticas a essa teoria iniciam-se pelo fato de ter considerado isoladamente a renda Per-capita como padrão de desenvolvimento.
Além do fato que novamente a culpa do subdesenvolvimento recai sobre a população, o que é um erro. Não seria o desenvolvimento uma conseqüência da atuação estatal ??? ou ,seria unicamente o crescimento populacional o explicador de um país ser desenvolvido ou não ???
Caso a segunda tenha sido considerada verdadeira, que grande população é um fator que gera subdesenvolvimento, reflita: “ O Brasil com uma população próxima de 190.000.000 de habitantes é considerado um país subdesenvolvido, enquanto os EUA com uma população que passa dos 300.000.000 de habitantes (Bem maior que a população brasileira) é considerado o país mais desenvolvido do mundo”. O estado é o responsável pelo desenvolvimento e não a população.
Outro fator que recai contra a teoria neomalthusiana é o vínculo de neomalthusianos com laboratórios contraceptivos.


Ecomalthusianos

A teoria afirmava que o crescimento demográfico acelerado e desordenado pressiona a retirada de recursos naturais de áreas que possuem grande biodiversidade no planeta. Controlar o crescimento populacional é uma das formas de preservar a natureza. Assim, quanto maior a população, maior os impactos ambientais.
A crítica a está teoria está no fato que a poluição e os impactos são consequências da falta de fiscalização e do baixo grau de conscientização que o estado impõem na sociedade.


Reformistas

Defendem que o subdesenvolvimento é o responsável pela grande população, devido a uma menor atuação estatal, pouca conscientização do alto custo dos filhos, pouco acesso a contraceptivos. Não é uma alta população que leva ao subdesenvolvimento, mas sim o subdesenvolvimento que leva a uma alta população.
Assim, defendem a necessidade de reformas sócio-econômicas que permitam a melhoria do padrão de vida da população mais pobre.