domingo, 8 de novembro de 2009

4- Pirâmide etário-sexual


As pirâmides etárias são gráficos que representam a população de acordo com as idades e os sexos. Os principais elementos de uma pirâmide são as seguintes:
- Base: parte inferior, que representa a população jovem.
- Corpo: parte intermediária, que representa a população adulta.
- Cume ou ápice: parte superior, que representa a população velha.
- Ordenada: representa os grupos ou faixas de idade.
- Abscissas: quantidade de pessoas (em valor absoluto ou em porcentagem).

Divisão etária tradicional:
- Jovem: até 19 anos;
- Adulto: de 20 até 59 anos;
- idosos: de 60 anos em diante.

Obs: Ultimamente, tem-se procurado redefinir essas faixas em virtude, por um lado, do aumento da expectativa de vida (fato que ocasiona uma elevação da terceira idade) e, por outro lado, da permissão de votar ou dirigir, entre outras responsabilidades, para os maiores de 16 anos, fatos que caracterizam a entrada mais precoce no mundo adulto.

As populações nacionais podem ser classificadas como jovens ou maduros. Países jovens são aqueles que detêm mais de 50% da população na faixa etária jovem, e os países maduros são aqueles que possuem mais de 50% da população adulta.
Os países Jovens, a cada dia mais raros, são aqueles que nos quais as taxas de natalidade e de mortalidade são mais elevadas e, consequentemente, é menor a média de vida dos habitantes.
Os países maduros, que com o tempo tendem a abranger cada vez mais e mais nações, são os que possuem menores índices de natalidade e de mortalidade, apresentando uma média de vida mais elevada.


As pirâmides trazem características que são as representativas dos países pobres ou subdesenvolvidos e de países ricos ou desenvolvidos.
O formato da pirâmide acompanha a evolução demográfica dos países, ou seja, depende do estágio em que os países se encontram. À medida que os países vão se desenvolvendo, ocorre gradativo estreitamento da base da pirâmide, devido à redução da natalidade, e alargamento do corpo e do ápice da pirâmide, devido ao aumento da longevidade.


Transição demográfica de Portugal (anos 1960, 1970, 1981 e 1991)





Os gráficos acima foram retirados de um trabalho sobre a sociedade portuguesa, que evidenciou um rápido processo de modernização a partir da década de 60.
Em Portugal residiam quase 6 milhões de habitantes quando foi implantada a República, em 1910; em meados do século já eram 8,5 milhões e em 1991, quando foi realizado o último recenseamento da população, atingia-se os 9,9 milhões de pessoas.
Pode-se observar o decréscimo da população na década de 60, como conseqüência do intenso movimento emigratório de jovens portugueses ativos para a Europa; o rápido crescimento da década de 70, em resultado do fim da guerra na Guiné, em Angola e em Moçambique e do retorno de muitos portugueses quando da independência destes países, bem como do regresso de muitos emigrantes europeus a Portugal, em resultado da crise econômica dos anos 70; por fim, nos anos 80, verifica-se a estagnação da população portuguesa, uma vez que a emigração recomeça moderadamente e os seus efeitos - embora contrariados por um movimento imigratório novo proveniente principalmente dos países de língua portuguesa - são acompanhados por uma descida significativa na taxa de natalidade. O processo de modernização da população portuguesa, que se desenrola em Portugal com atraso relativamente a outros países europeus, inicia-se nas décadas de 20-30, mas intensifica-se e acelera-se a partir dos anos 60. A taxa bruta de natalidade (TBN) caiu de 24,3 ‰ em 1960, para 11 ‰ em 1993. Embora Portugal detenha a mais alta taxa de mortalidade infantil (TMI) da UE, esta desceu de 77,5 ‰ em 1960 para 8,6 ‰ em 1993. O envelhecimento da população, um dos aspectos mais marcantes da evolução demográfica portuguesa nas últimas décadas, resultou do efeito conjugado da redução do número de filhos por mulher, que hoje já não chega para garantir a substituição das gerações, e da redução da mortalidade, quer na base, quer no topo.
Processos:

Alargamento do topo:
- Melhoria da área médica e propagação do ideal de qualidade de vida (comer bem, pratica de esportes, regra de hábitos alimentares)
Estreitamento da Base:
- Mudança na postura feminina, desejando ter menos filhos;
- Ampliação dos métodos contraceptivos;
- Alto custo de criação dos filhos (planejamento familiar)

Observações:

Base larga e topo estreito:
- Normalmente países periféricos, em desenvolvimento;
- Altas taxas de natalidade e mortalidade;
- Restrito acesso a contraceptivos, mudança na postura feminina pouco significativa e relação a poucos filhos.



Base e corpo largos:
- Não é possível determinar o grau de desenvolvimento do país;
- País em estágio transitório.



Base estreitando e topo alargando:
- Normalmente países centrais, desenvolvidos;
- Taxas de natalidade e mortalidade reduzidas;
- Tendência a redução da PEA + Tendência de aumento do número de aposentados = desequilíbrio previdenciário e a necessidade de uma reforma previdenciária (taxação de aposentados, estabelecimento de um limite para o teto de benefício, ampliação do tempo de serviço e contribuição, ect.)